Algumas vezes já me perguntaram se era válido
considerar rāśi-dṛṣṭis e graha-dṛṣṭis conjuntamente.
Bem, na verdade, tudo pode, mas nem tudo convêm! No jyotiṣa, nós
temos quatro tipos de dṛṣṭis, os quais são aplicados em quatro
métodos distintos: (1) Parāśarī e Yavana, onde se utilizam graha-dṛṣṭis;
(2) Jaimini, onde se utilizam rāśi-dṛṣṭis; (3) Tājika, onde são
usados os mesmos dṛṣṭis da astrologia helenística/medieval;
(4) Bhṛgu nāḍī, onde são considerados dṛṣṭis a
tudo que dista 2, 12, 3, 5, 7, 9 e 11 casas do graha em
questão. Porém, desses quatro dṛṣṭis os mais comumente citados
no contexto do jyotiṣa são os graha-dṛṣṭis (olhares
dos grahas) e rāśi-dṛṣṭis (olhares dos signos).
Em
Parāśarī e Yavana jyotiṣa, apenas graha-dṛṣṭis são
considerados, enquanto que em Jaimini jyotiṣa são levados em
conta apenas os rāśi-dṛṣṭis. A prova de que esses dṛṣṭis não
são misturados na tradição são os próprios astrólogos que perpetuaram essas
linhagens. Nos métodos Parāśari e Yavana, por exemplo, temos nomes como
Varāhamihira, Guṇakarma, Harji, Kalyāna, Mantreśvara, Vaidyanātha, Vyaṅkateśa,
Somayaji, Paṇḍit Dhuṇḍirāja, etc., e absolutamente nenhum desses sequer
cita rāśi-dṛṣṭi. Todos eles usavam apenas graha-dṛṣṭi.
Quanto
a tradição de Jaimini, os nomes que se destacam são Raghavabhaṭṭa, Lakṣmaṇa
Sūri, Vañchanātha, Kṛṣṇamiśra, Somanātha, Nṛsiṁha Suri, Nīlakaṇṭḥa, etc., e
nenhum desses autores cita graha-dṛṣṭi em seus tratados.
Todos, sem exceção, usavam apenas rāśi-dṛṣṭi. Logo, se você deseja
misturar esses dṛṣṭis em sua análise, saiba que essa não é uma
abordagem que encontramos entre os grandes nomes do jyotiṣa. O
ideal mesmo é manter cada macaco no seu galho, já que misturar dṛṣṭis só
torna a análise confusa.