Além dos sete grahas visíveis, Sol, Lua, Marte,
Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno, o jyotiṣa
também leva em conta nas análises os nodos lunares, Rāhu e Ketu. Nesse artigo
vou explicar como interpretar Rāhu, especificamente:
(1) Parāśara diz que a
aparência de Rāhu é enfumaçada, horripilante e sua compleição é azulada, o que nos
remete a um ser espectral e fantasmagórico. Essas características contribuem
com a inconsistência dos resultados de Rāhu, o qual cria expectativas que se
desvanecem no ar, trazendo desilusões, experiências amargas e choques onde está
situado e em relação aos grahas que
afeta no mapa. Nota-se distorção, irregularidade e até mesmo perversão naquilo
que ele influencia. No entanto, superficialmente, Rāhu pode aparentar uma pura
e nobre intenção, assim como vemos entre homens que se dizem santos, mas na sua
intimidade agem de forma completamente contrária a isso.
(2) O ahaṃkāra, isso é, a noção errônea sobre
quem sou, está relacionado a Rāhu, o qual eclipsa a percepção do verdadeiro eu
(Sol). A orientação de Rāhu é suspeita, pois sempre busca atalhos para
conseguir o que quer, além de enxergar as coisas sobre um prisma competitivo e
egoísta. Onde está posicionado no mapa, é onde estamos mais sujeitos as
armadilhas do egoísmo, a sede por prestígio e por privilégios mais amplos do
que realmente merecemos. Rāhu é faminto, insatisfeito, inconseqüente e capaz de
distorcer as coisas simplesmente para alimentar as suas próprias ilusões sobre
como as coisas devem ser. Definitivamente, Rāhu não se interessa pela
realidade, pois ela implica em sacrifícios os quais ele não está disposto a
realizar, tal como é representado em seu mito. Isso faz com que as conquistas
de Rāhu sejam súbitas, aceleradas, mas também efêmeras e com grande tendência
ao desastre, ao menos na maior parte das vezes. Devido a isso, é dito que
durante a sua mahādaśā (período
maior), todos os bons efeitos conquistados tendem a se esvair na última parte
do seu período.