Exceto pelo sábio
Pulippani, a análise das dignidades dos grahas no jyotiṣa segue
basicamente o mesmo modelo teórico entre os demais astrólogos clássicos. Esse modelo
combina a noção das regências (svakṣetra) e exaltações (uccha) herdadas
da astrologia helenística[1] com alguns elementos
próprios do método de um indiano chamado Satyācharya, o qual antecede Varāhamihira
(séc. V d.C.).
No caso, a ideia de
Satyācharya envolve considerar adicionalmente os mūlatrikoṇas dos grahas,
assim como as relações naturais (naisargika-sambandha) e temporais (tatkālika-sambandha)
desses com seus regentes – o que nos permite derivar outras cinco dignidades intermediárias
entre uccha/mūlatrikoṇa/svakṣetra (as melhores dignidades possíveis)
e nīcha (a pior dignidade possível).
Em relação aos mūlatrikoṇas, eles são, em suma, frações mais privilegiadas de um signo de regência, como é o caso dos primeiros 20º de áries para Maṅgala (Marte), os primeiros 10º de libra para Śukra (Vênus) etc., considerando ainda uma exceção para Chandra (Lua), o qual tem a sua fração de mūlatrikoṇa em touro, ao invés de câncer.