Dentre os grahas, os
mais difíceis de compreender e interpretar são, sem dúvida alguma, os chāyā-grahas: Rāhu e Ketu, afinal, são sombras
(chāyā), desprovidos de tangibilidade.
Nos clássicos, inclusive, é dito que os nodos são nebulosos e de uma compleição
escura, o que nos remete ao mistério, a coisas veladas e de difícil percepção.
Visando esclarecer um pouco mais sobre os nodos, falarei nesse artigo especialmente sobre a natureza de Ketu, pontuando também certas regras para a sua interpretação, uma vez que a algum tempo atrás já escrevi sobre Rāhu.
Segue o que entendo de
Ketu:
(1) Diferente de Rāhu que é caótico, ativo e extravagante, Ketu é o seu extremo oposto (literalmente), pois sendo introvertido, busca um autocontrole obsessivo, premeditado e que pode chegar ao ponto da implosão. Sua natureza é passivo-agressiva, pois não age, apenas testemunha, demonstrando um contínuo mas resignado descontentamento onde se situa. Uma vez que não tem iniciativa, seus efeitos também acabam sendo negativos e consequenciais.
P. e., se Ketu ocupa a segunda casa o indivíduo pode vir a conter as suas palavras ao ponto de viver verdadeiras implosões internas, evitando de pôr para fora aquilo que gostaria de dizer ou pensa. No entanto, sua expressão facial ou silêncio muitas vezes deixará claro que está descontente com algo, embora persista em não verbalizar o que se passa. Tal comportamento pode gerar, p. e., problemas de garganta, quando no ápice da implosão.