Já vi algumas pessoas reagirem com
perplexidade com relação ao dito de que um maléfico olhando sua própria casa a
protege, porém isso é real, e o próprio Parāśara o menciona como um dos quatro
pilares para a sustentação e prosperidade de uma casa[1]. Mas não só Parāśara o
menciona como também todos os autores clássicos concordam com isso. Kalyāna por
exemplo diz o seguinte em seu Sārāvalī:
“Se um
planeta olha o ascendente sendo este seu próprio signo, isso confere felicidade
e riquezas, além de relações íntimas com o rei (pessoas importantes).' –
34.8”
Portanto, se o ascendente for áries, leão,
escorpião, capricórnio ou aquário e seus senhores influenciarem o ascendente
protegerão a saúde, a inteligência, favorecerão o êxito, conferirão felicidades
e progresso em geral, independentemente de serem maléficos naturais.
Obviamente, com isso o planeta não deixa de trazer à tona seus resultados
naturais a casa, porém isso não destruirá a mesma. A destruição de uma casa
ocorre quando ela não é influenciada por benéficos, especialmente Mercúrio e
Júpiter, ou pelo seu senhor[2], e ao invés disso recebe as
influências de maléficos ou de planetas inimigos. Por exemplo, se touro reside
na segunda casa e não recebe a influência de Júpiter, Mercúrio ou de Vênus, mas
sim de Marte e do Sol (inimigo de Vênus), então isso causará problemas financeiros,
familiares e um discurso ríspido e autoritário que será fonte de conflitos.
Problemas na garganta, nos olhos, cortes, queimaduras no rosto também são
algumas possibilidades. O contrário se dá caso Mercúrio, Júpiter ou Vênus influenciem
touro, pois nesse caso haverá progresso financeiro, felicidade familiar,
obtenção de confortos e uma fala inteligente e agradável.