Nos jyotiṣa-śāstras há vários tipos de mantras e stotras
recomendados para se pacificar os grahas.
Inclusive, dentre todos os tipos de upāyas,
nenhum é superior a mantra-japa, que
mesmo na Gītā é elogiado como o maior de todos os yajñas (sacrifícios espirituais)[1]. Isso se
deve ao fato de que os mantras tem a
capacidade de libertar (trayate) a
mente (manas) de suas aflições, como
já está implícito na própria palavra mantra.
Além do que, não existe nada dentro da realidade material mais sutil do que o
som, o qual é um produto do ākāśa
(éter/espaço), o primeiro dos elementos materiais e, portanto, aquele que mais
está próximo da realidade transcendental.
Os mantras que encontramos menção nos clássicos de jyotiṣa são o mahāmṛtyunjaya, Viṣṇu sahasrānāma,
Śiva sahasrānāma, Śrī Śrī Chaṇḍi path, Śrī sūkta, gāyatrī mantra, saṁtāna Gopāla mantra, śāntiḥ sūkta,
Ādityā hṛdaya path, Durgā saptaśati path, assim como também japa de outros mantras dedicados à Śiva, Durgā, Lakṣmī e Viṣṇu ou mesmo aos navagrahas, sendo que esses últimos são
conduzidos junto a uma cerimônia elaborada de hāvana (sacrifício de fogo), geralmente.
A verdade, no entanto, é de que
não é necessário mudar a prática do mantra
conforme o período que o indivíduo vivencia. Claro que há mantras com propósitos bastante
específicos, mas há aqueles cujo propósito é absoluto, tais como o oṁkāra e harināma, portanto, basta que haja fé no mantra e na forma da Divindade a ele relacionada para que o
indivíduo obtenha aquilo de que precisa. Um vaiṣṇava,
por exemplo, invés de se recitar mantras dedicados
aos devas e devīs, depositará a sua fé completamente em harināma, enquanto que um śaiva
fará o mesmo em relação ao pañchākśarī Śiva mantra, um śakta, em relação aos mantras
dedicados à Śakti, etc. Logo, o melhor é que cada um basicamente se fixe na
sua própria adoração, consciente de que o seu iṣṭa-deva (divindade adorável) haverá de lhe prover toda a proteção
e suporte necessário. Isso, no entanto, demanda śraddhā (fé) e uma conexão sincera com algum tipo de upāsana (disciplina tradicional), uma vez que guiar-se a partir das próprias especulações mentais nunca é uma opção inteligente.
oṁ tat sat
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