Partindo de parāśari, nós devemos estudar os seguintes elementos:
1. A sete e seu regente – a partir do lagna, de Lua e Vênus.
2.
O navāṁśa situado na
cúspide (bhāva-madhya) da sete e o regente desse navāṁśa.
3.
Vênus, os seus dispositores
(rāśi e navāṁśa) e os grahas situados em 2-4-5-7-9-10-12 dele.
4.
O lagna, por ele ser
a sete da sete.
Jaimini já acrescenta a
análise dos seguintes pontos:
1.
A sete a partir de lagnas
como svāṁśa-lagna e yogada-lagna.
2.
Darākāraka.
3.
Upapāda-lagna.
Agora, vou exemplificar esse tipo de análise combinada no mapa da Elizabeth Taylor, a qual viveu oito casamentos ao longo de sua vida, fora romances passageiros.
Parāśari
A sete do seu mapa é
touro, o qual recebe um olhar de Marte. O regente, Vênus, está na quinta casa
exaltado, sob o olhar de Júpiter exaltado (seu dispositor) e em uma conjunção
por signo com Rāhu. A doze de Vênus tem três maléficos (Mercúrio se tornou
maléfico por estar com maléficos). A princípio, já fica evidente que ela
viveria múltiplas paixões, pois há aqui bahuvivāha yogas – configurações
para múltiplos casamentos/relações.
Analisando o mesmo tema a
partir da Lua, nós nos deparamos com Marte como regente da sete, combusto e conjunto
a Mercúrio, que é tanto regente de nove quanto de doze da Lua. Tais grahas
ainda estão cercados (kartari) por Saturno e Rāhu. Logo, aqui se repetem
aflições que remetem a uma multiplicidade de relações.
A partir de Vênus, a sete
contém Ketu, enquanto o seu senhor é Mercúrio, situado na doze de Vênus e
aflito pelos maléficos e pelo kartari formado por Rāhu e Saturno. Ou
seja, mesmo a partir de Vênus reencontramos aflições para os temas de sete.
Se incorporamos o navāṁśa
na análise, a cúspide da sétima casa está em capricórnio, cujo senhor, Saturno,
ocupa capricórnio (no rāśi) sob o olhar de Júpiter exaltado. Mesmo para Vênus,
o dispositor do navāṁśa é Saturno. A força de Saturno somada ao olhar de
um Júpiter exaltado lhe garantiu casamentos, mas também exagerou o número deles
– algo também contemplável pela força de Vênus sob o olhar de Júpiter, seu
dispositor exaltado.
Jaimini
A partir de Jaimini, o yogada
é Júpiter, e a sete dele tem Saturno digno, ao passo que a oito (a dois da
sete - sustentação da sete) sofre aflições severas. Saturno é também o darākāraka
(significador de esposo/esposa) do mapa.
Contando a partir do svāṁśa
(navāṁśa do ātmakāraka usado como lagna no rāśi),
aquário (Vênus é o AK e ocupa o navāṁśa de aquário), a sete é regida pelo
Sol, o qual se encontra aflito por Marte e pelo kartari de maléficos,
além de estar conjunto a Mercúrio, o regente de oito a partir de aquário. O Sol
também recebe rāśi-dṛṣṭis (olhares por signo) do Júpiter exaltado e da
Lua luminosa. Logo, aqui temos mais uma vez representada a situação exata da
Elizabeth Taylor – dificuldades com o aspecto afetivo, mas que não lhe negaram casamentos,
os quais por sinal foram múltiplos.
Por fim, analisando o seu
upapāda-lagna, esse está em leão, sob os olhares de Saturno e da Lua
luminosa, ou seja, uma condição mista. O regente do upapāda, no entanto,
é o Sol aflito, como já foi descrito acima. Portanto, o upapāda reitera
a análise feita até então.
Conclusão
A análise de um tema é
sempre muito plural. Focar apenas na casa, no regente da casa e no significador
do assunto para determinar algo é até eficiente, mas básico. O astrólogo não
deve se satisfazer com isso. Ele deve procurar combinar vários elementos e lagnas
para realizar a sua análise, pois isso lhe dará mais confiança, visto que
poderá contemplar mais de um testemunho, o que aumenta as suas chances de
encontrar confluências que o inclinem a uma predição específica.
A dificuldade em usar de vários elementos em uma análise é a de acabar confuso com testemunhos discrepantes. Nesse caso, o recomendável é focar no que surge a partir do trio mais básico de uma análise: a casa a partir do lagna, o seu regente, e o significador do assunto.
oṁ tat sat
Nenhum comentário:
Postar um comentário