Abaixo, apresento uma
tradução das pgs. 147-148 do livro "Astrology, destiny and the wheel of
time" escrito pelo K. N. Rao. Trata-se de um trecho do cp. 5 do livro,
entitulado "A importância da pacificação dos planetas". Nele, K. N.
Rao expõem em sete considerações o que a sua vasta experiência o levou a
concluir a respeito dessa questão:
1. Cada
astrólogo tem a sua própria resposta a respeito do que é, realmente,
graha-śantīḥ.
2. Eu
tenho uma resposta dupla para essa questão. Astrologicamente é possível
ver se uma medida remediadora funcionará em um determinado caso ou não[1].
Em casos onde tais medidas não funcionarão, é dever moral de um astrólogo
ajudar aquele que o consulta a re-obter a auto-confiança perdida. Isso pode ser
feito não por meio de blefes, mas por preparar o consulente para que ele aceite
os golpes do destino como a mais essencial disciplina da vida. Isso soará como
pregação, mas em certos casos deve-se evitar a pregação e convencer o
consulente por outros meios a respeito do porque ele deve aceitar o destino
como inevitável em determinadas situações. Por seguir essa linha de pensamento,
eu já criei controvérsias e inimigos.
3. Se
o consulente é um devoto genuíno, como no caso de Y. S. (uma pessoa que o K. N.
Rao atendeu), o melhor remédio é pedir a ele que pratique sua adoração com mais
intensidade. Afinal, se Deus não pode salvar, quem mais
poderá ou irá?
4. Aqueles
que prescrevem jóias não sabem como e quando elas funcionam. Eles mantém
conexões com alguns joalheiros os quais os oferecem comissões pelas vendas que
realizam por meio da astrologia. Isso não é astrologia, mas uma raquete de
negócios bem conhecida.
5. Yantras
podem funcionar, desde que sejam feitos por um adorador puro que os realize em
dias astrológicos auspiciosos, conforme prescritos nas escrituras. Algumas das pessoas capazes de produzir
yantras apropriados são raríssimos mahātmas. Astrólogos nem sequer sabem os
segredos acerca de como produzir um yantra, mas para qualquer coisa que
manufaturem eles já possuem um mercado pronto!
6. Mahāṛṣi
Parāśara (todos praticamos a astrologia de Parāśara, mas não recomendamos
remédios de acordo com o que Parāśara prescreve) menciona apenas a recitação de
mantras e dāna (caridades). Mas para os astrólogos mercenários, prescrever apenas
o que Parāśara diz não é suficiente, visto que não seria rentável,
comercialmente falando.
7. O
aconselhamento feito por bons psicólogos em alguns casos funciona bem, desde
que isso não se torne também outro meio profissional mercenário. Um astrólogo
com um bom conhecimento de psicologia pode fazer um uso muito efetivo desse
conhecimento, dando os melhores aconselhamentos do mundo [devido a boa
combinação que a psicologia pode formar com a astrologia, embora isso também possa destruir toda a objetividade característica de um astrólogo, sem a qual é impossível prever ou julgar um tema apropriadamente].
[1] K. N. Rao aponta algo importantíssimo
nessa passagem. No entanto, vemos hoje um monte de astrólogos dizendo que
qualquer configuração do mapa pode ser remediada e que é possível remover
debilitações, combustões e tantas outras debilidades do mapa, incluindo até
mesmo mudar a posição de um planeta! Isso é uma grande farsa. Os inocentes,
aflitos e ignorantes caem nessa ladainha e ao invés de receberem previsões dos
astrólogos (esse é o dever de um astrólogo e só dessa forma é que ele poderá recomendar remédios da forma apropriada), acabam recebendo um monte de "remédios",
afinal, é mais fácil deixar o destino na mão do consulente e não lhe dar
resposta alguma sobre o que irá, de fato, acontecer.
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