Na Phaladipika e também no Jataka parijata é apresentando um conceito chamado marana sthana ou graha marana sthana. Ele envolve certos trânsitos fatais, que são basicamente: Guru na três, Chandra na oito, Mangala na sete, Shukra na seis, Rahu na nove e Shani no lagna, ao passo que em relação aos trânsitos de Surya e Budha, enquanto Mantreshvara sustenta que Surya na cinco e Budha na quatro teria o efeito de marana, Vaidyanatha opina que Surya na doze e Budha na sete é que caracterizaria um trânsito fatal.
Porém, recentemente encontrei uma opinião que favorece Mantreshvara em praticamente todos os marana sthana, trata-se da opinião do sábio Pulippani em seu Pulippani jotidham. O único ponto que Pulippani discorda é quanto a Rahu, o qual para ele tem seu marana sthana na dois, algo que não encontramos em nenhum outro texto popular.
Independentemente da visão adotada, o que é importante esclarecer é que os marana sthanas dos grahas são utilizados para determinar trânsitos que põem em risco a vida do indivíduo, sendo eles cumulativos e dependentes de uma confluência negativa por parte da dasha que o indivíduo experimenta em tal período. No que tange o horóscopo natal, ter um graha em seu marana sthana é preocupante especialmente quando tal graha sofre aflições, está mal colocado por signo e é regente ou se relaciona com um regente de dusthana (6, 8 e 12) ou maraka (2 e 7). Nesse caso, tal graha pode vir a atuar como um maraka (assassino) em sua dasha, tirando a vida do indivíduo.
No entanto, é importante esclarecer que grahas em marana sthana não implicam necessariamente em um encurtamento da longevidade. Determinar a longevidade é algo muito mais complexo e, portanto, não é possível decifrar quanto tempo um indivíduo viverá por meio de alguns posicionamentos em isolado, ainda mais quando temos de considerar a condição geral do graha em marana sthana e não somente o simples fato de estar em uma casa que não o favorece (em certos temas!). Logo, ter muitos grahas em marana sthana não é um indicativo de morte precoce, algo que já pude comprovar em meus estudos, incluindo um estudo de mapas onde Guru ocupava a três, Shani a um e Chandra a oito, simultaneamente, e que em nenhum dos casos analisados determinou uma vida curta.
Em minha prática pessoal, eu particularmente não dou muita importância ao conceito de marana sthana, pois não vejo nele uma carga tão significativa para o isolar como uma regra importante de interpretação. Já justifiquei isso para algumas pessoas que me vieram perguntar a respeito. Basicamente, o que entendo do tema é que em geral os grahas em marana sthana já estão por si só mal colocados quando consideramos apenas as regras básicas de jyotisha, pois se situam geralmente em dusthanas ou marakas como é o caso de Chandra, Surya (na visão de Vaidyanatha), Budha (visão de Vaidyanatha) Mangala e Shukra, enquanto Guru ocupa a oito da oito. No caso de Rahu, consideraria mais fatal o seu posicionamento na dois do que na nove, ou seja, favoreço mais a visão de Pulippani, embora prefira me basear simplesmente nas regras básicas do jyotisha e não isolar o marana sthana dos grahas como um conceito à parte dos fundamentos dados em inúmeros clássicos que sequer falam sobre marana sthana, como é o caso do Brhat jataka, Saravali, Sarvartha cintamani, Hora ratnam e outros.
Om tat sat
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