No ocidente é comum a
ideia do karma, enquanto algo ruim,
um fardo, no entanto, essa é uma definição demasiadamente simples. O karma pode ser tanto bom quanto ruim, embora sempre enrede o ser e o force a ter de reencarnar para colher os frutos de suas ações.
Há,
basicamente cinco tipos de karma: nitya (constante), naimittika (circunstancial), kāmyā
(com desejos), prāyaśchitta (expiatório)
e kartavya (obrigatório), os quais podem ser todos estudados no horóscopo, que é o retrato do prarabdha, o karma a ser vivido nesta vida atual.
(1) Nitya-karma compreende as atividades
morais e religiosas que devemos realizar regularmente, como servir os familiares,
respeitar nossos gurus, não ofender a
ninguém, manter-se sempre limpo, etc. Tais atos tornam o indivíduo piedoso.
(2) Naimittika-karma trata dos ṣoḍaśa-saṁskāras, os dezesseis ritos que
compreendem desde o período pré-natal até a morte, como por exemplo a cerimônia
do nascimento (jātakarman), do
casamento (vivāha) e a cerimônia de
passagem ou fúnebre (śrāddha). Também
inclui outros tipos de ações realizadas apenas circunstancialmente.
(3) Kāmyā-karma são ações visando nome,
fama, riqueza e outros prazeres pessoais. Basicamente, é o karma motivado por interesses egoístas.
(4) Prāyaśchitta-karma envolve a expiação
dos pecados, como p. e., observar certos jejuns prolongados para se redimir de
um vikarma (pecado).
(5) Kartavya-karma compreende as ações
necessárias para manter-se, ou seja, trata de obrigações principalmente
profissionais.
No entanto, além dessas
cinco divisões de karma, há também vikarma (ato caprichoso/pecado) e akarma (ato transcendente). Vikarma é realizado por aqueles que não
seguem os śāstras e suas injunções e,
portanto, estão fadados a sofrerem as reações dessas ações. Akarma, por outro lado, é realizado por
aqueles que já vivem além do cativeiro do karma
e, portanto, não se implicam em reações, devido ao desapego (vairagya) e conhecimento espiritual (jñāna) que possuem - jñānīs, yogīs e bhaktas.
Inclusive, o karma não é realizado apenas com o
corpo, mas também por meio da mente e das palavras em todos os três estágios de
consciência: vígilia (jāgrat), sonho
(svapna) e sono profundo (suṣupta). Além disso, o karma pode ser qualificado como sattvika (puro), rajasika (apaixonado) ou tamasika
(ignorante), algo que foi extensivamente abordado nos cps. 14 e 18 da Bhagavad gītā. As ações sattvika são puras e gradualmente libertam do enredamento do karma, as rajasika são mistas e trazem tanto conquistas e prazeres mundanos quanto também sofrimento, enquanto as tamasika só geram sofrimento para si mesmo e para os demais, sendo causa de decadência.
oṁ tat sat
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Referências:
Karma & rebirth in hindu astrology - K. N. Rao
Bhagavad gītā
Karma & rebirth in hindu astrology - K. N. Rao
Bhagavad gītā
Bom dia Gaura! Entendo que o sofrimento é inerente aos desequilíbrios de nossa natureza primordial Prakruti, ao final, das gunas e consequentemente dos doshas. Entretanto, Purusha ou a Suprema Personalidade de Deus criou este universo material como seu entretenimento, sua brincadeira, como uma coisa prazerosa a Lila. Tento entender desta forma como a Lila num nível do Jivatman. Nossa alma individual foi criada primordialmente nesta Lila Divina, portanto Divinal. Teremos individualmente nossa própria caminhada para a libertação do Sansara. Tudo com amor Divino! Namaste
ResponderExcluirEu achava que Karma era uma coisa só e não vários tipos.
ResponderExcluirhoroscopo do dia